Menu
“A poética da erosão. A obra cerâmica de Cecília de Sousa
Cecília de Sousa destaca-se como um dos nomes mais importantes de entre os artistas que se dedicaram à produção cerâmica na segunda metade do século XX. A sua obra é dotada de uma expressão poética, da linha e da cor, que ganha cada vez maior identidade e se acentua no contraste progressivamente matérico dos seus objetos.
Poucos artistas trabalharam a cerâmica na dimensão que Cecília de Sousa o fez. Ela introduziu nas suas criações o tempo, a erosão, a memória de criações e civilizações arcaicas, construindo peças que parecem quase arqueológicas, testemunhos de idades esquecidas e culturas ignoradas.
Não obstante o brutalismo evidente de alguns objetos, a desmesura das suas dimensões, todas são pontuadas por uma subtileza, uma doçura que nos cativa, não no imediato, mas quando nos perdemos observando-as, sentindo os acidentes e o desgaste a que foram sujeitas, um pouco como o rosto pode testemunhar uma existência feita de muitos momentos, traçado por inúmeras experiências, burilado pela vida.
Assim é a obra de Cecília de Sousa, uma ceramista que partindo da lógica e estética do seu tempo descobriu, no seu percurso, o caminho da intemporalidade e que agora se dá a conhecer na Galeria da Antiga Capitania de Aveiro, integrada na XVI Bienal Internacional de Cerâmica de Aveiro”.
Exposição em cooperação com o Museu Nacional do Azulejo.
Fragile Paradise explora a beleza única da natureza, a rica variedade de texturas e formas, o seu ritmo e composição, a sua vulnerabilidade. Refere-se também à frágil relação do mundo com a natureza e à nossa interdependência e dependência da biodiversidade. A perspetiva de que a humanidade possa vir a destruir todas as maravilhas da natureza é assustadora. As obras de arte são um reflexo da observação próxima do artista e da sua ligação ao mundo natural, da sua resiliência e fragilidade, ao mesmo tempo que compreende os laços perdidos entre a humanidade e a natureza.
A ligação com a natureza é vital para o bem-estar psicológico e físico das pessoas e é fundamental para promover uma maior compreensão e respeito pelo mundo natural. Inspire-se ao visitar esta exposição para abrandar, reconectar-se com a natureza e, acima de tudo, contribuir para a sua preservação.
“O processo de trabalho é intuitivo, desenvolvo séries onde experimento materiais, formas, com diferentes abordagens que geram diversidade de trabalho.
Parto de um elemento simples em que é percetível a repetição do gesto e a impressão digital dos dedos, que fica como registo do processo. A partir desses elementos, agrupando-os, construo as peças. O tempo lento e pausado que exige também é incorporado, está contido na sua conformação e torna-se percetível na sua estrutura.
Exploro as propriedades da argila, do grés ou da porcelana. Arquiteturas efêmeras, pequenos habitats, abrigos, ninhos, conchas, são peças construídas com finas lâminas de uma mistura de porcelana e papel que apresentam um aspeto frágil e delicado.
Paisajes de Humo é uma obra em que experimento o processo de cozedura, em que o fogo e o acaso decidem os vestígios de fumo que se imprimem nas superfícies.
Óxidos e pigmentos agregam cor, elemento presente em grande parte dos meus trabalhos devido ao seu poder e capacidade de provocar e de comunicar sensações.”
No âmbito da Bienal de Cerâmica da Letónia, este ano sob o tema “Águas Revoltas”, a corrente criativa dos países bálticos chegou a Aveiro. A exposição representa artistas profissionais dos países bálticos, selecionados por uma equipa de curadores, com o objetivo de retratar o panorama atual da arte cerâmica na Letónia, Lituânia e Estónia.
Exposição em cooperação com a Latvia Ceramics Biennale.
Curadores: Valentins Petjko (LV); Aivars Baranovskis (LV); Agne Šemberaité (LT); Pille Kaleviste (EE).
Artistas: Agnė Šemberaitė (LT); Aivars Baranovskis (LV); Anne Türn (EE); Annika Teder (EE); Audrius Janušonis (LT); Dainis Lesiņš (LV); Dainis Pundurs (LV), Dalia Laučkaitė-Jakimavičienė (LT); Egidijus Radvenskas (LT); Eglė Einikytė-Narkevičienė (LT); Elīna Titāne (LV); Ilona Romule (LV); Ingrid Allik (EE); Jolanta Kvašytė (LT); Jurgita Jasinskaitė (LT); Juss Heinsalu (EE); Juta Rindina (LV); Kadi Hektor (EE); Kauri Kallas (EE); Laura Põld (EE); Lauri Kilusk (EE); Leena Kuutma (EE); Lilija Zeiļa (LV); Milena Pirštelienė (LT); Ojūna Batbajara (LV); Pille Kaleviste (EE); Raili Keiv (EE); Rasa Justaitė Gecevičienė (LT); Remigijus Sederevičius (LT); Rudis Pētersons (LV); Rūta Pakarklytė (LT); Rūta Šipalytė (LT); Sander Raudsepp (EE); Una Gura (LV); Valda Podkalne (LV); Vive Väljaots (EE)
Os vários artistas/ceramistas portugueses com o carimbo AIC – Academia Internacional de Cerâmica organizam pela primeira vez uma coletiva naquela que será uma exposição única. A mostra apresenta a seleção individual de cada autor, firmando a sua identidade criativa, a sua assinatura num espaço desafiante e exigente, na sua dupla dimensão: Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro e Galeria Morgados da Pedricosa.
Tudo começa com o encontro com um sítio, um vale na Normandia, com as suas falésias e rochas esculpidas pelo mar e uma praia aos seus pés. Perguntando o que a natureza é capaz de criar e o que está a desaparecer. Por isso, porque não guardar a sua memória com a modelação desta praia como um «ponto de desaparecimento», gravando-a. A praia muda a cada maré, o material move-se e muda, uma tarefa utópica a de confrontar esta migração invisível dos elementos, estas paisagens instáveis, tão fascinantes e perturbadoras.
A esta história da migração da matéria mineral juntou-se a história humana e a história da cerâmica – as influências entre civilizações e o cruzamento de culturas. Este projeto, em desenvolvimento há 10 anos, impele-me para viajar. Seguindo a Costa, fui pela primeira vez para o norte, para uma residência na famosa fábrica Royal Delft, na Holanda. A Costa sul levou-me à imponente fábrica da Vista Alegre, perto de Aveiro, em Portugal.
Seja qual for o país, o lugar, a minha abordagem permanece a mesma com o postulado inicial da curiosidade do encontro.
O encontro com as pessoas e com os lugares, com a sua história, as suas culturas, os seus gestos. Deste tempo de imersão emerge um conjunto de suportes, cerâmicas, fotografias, desenhos, vídeos. Cada um incorpora à sua maneira o espírito do lugar e o ângulo pessoal através do qual percebo um contexto. As peças que nascem deste material proteano atravessam eras, entre tradições e formas contemporâneas.”
Residência artística realizada em novembro de 2022 e julho de 2023. Uma cooperação entre o Município de Aveiro e o Município de Rouen no âmbito da Temporada Cruzada Portugal – França com a participação da Fábrica da Vista Alegre e com o apoio de Craft – Limoges e Institut Français.
O centro do Claustro da Santa Casa da Misericórdia encontra-se a céu aberto, numa ligação imediata com o cosmos, tanto quanto com o recolhimento interior e a reflexão. Em torno destas ideias surge o Binómio, que incide nas ideias de interioridade, exterioridade, verticalidade ou horizontalidade, como acessos a esse entendimento complexo. As obras refletem estes conceitos, expressão essas dimensões do ponto de vista formal, estabelecendo inevitáveis diálogos com o espaço arquitetónico.
Curadores | Marta Castelo e Pedro Matos Fortuna
Artistas| Ana Franco Neto; Andreia Gomes Pereirinha; Anja Hallek; Bárbara Fernandes; Bárbara Jasmins; Beatriz de Almeida Pisa; Catrina Farinha; Daphne Klagkou; David V Arraia; Francisca Martins & Pablo Díaz; Inês Duarte Justo; Inês Teles; Irene de Vilder; Isabel Bentes dos Santos; Jéssica Pinto; Mafalda André; Maria Henrique; Marta Galvão Lucas; Noah Thor Alhalel; Paco Moreno; Paola Quiñonez; Pedro Dionísio; Vera de Serpa Soares.
A Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro tem lugar desde 1989 e, em 2023, realiza-se a sua 16.ª edição. Para que a comunidade escolar participe ativamente na Bienal, o projeto “Bienal vai à Escola. A Poesia da Forma” regressou e, novamente, uniu a palavra escrita à cerâmica, pela mão dos artistas residentes no Curva Atelier, deixando que as palavras também sejam moldadas e que se exprimam pela plasticidade da argila. As escolas trabalharam o tema “A Viagem da Palavra”. A Palavra é um som e é uma história e contém um mundo inteiro. Quando pela primeira vez ganha corpo, o seu suporte é a cerâmica. E tudo muda… Com corpo de barro, a Palavra viaja para mais longe e transcende gerações. A cerâmica iniciou o caminho da Palavra e de tudo o que queremos dizer e comunicar ao futuro. E nós? O que queremos dizer ao Futuro? Vamos usar a Palavra. E vamos fazer a mensagem chegar pelas mãos da cerâmica. A argila outra vez transformada em veículo, em propulsor de ideias através de gerações e, aqui, também em veículo de Arte.
Em colaboração com a Open Arms, a instalação Vessel Light pretende lançar uma luz sobre os crimes contra a humanidade que ocorrem no mar, onde muitas pessoas perdem a vida na tentativa de se salvarem.
A obra de arte representa um navio de carga, ou navio comercial, transportando “módulos” sem distinção entre mercadorias ou pessoas. Responde com luz e interage com o público, que poderá ouvir as vozes das pessoas envolvidas num resgate. Vítimas e socorristas.
Exposição em cooperação com a BACC | Biennale Arte Ceramica Contemporanea [Itália] e apoio da Open Arms.ORG
Instalação artística interativa composta por mesa de madeira, toalha de mesa de algodão bordada com fio condutor, Caixas de som, Brilho dourado em porcelana, Sensores de Luz, Altifalantes. 120 cm x 120 cm x 80 cm
SOS: A Mesa de Centro explora o significado da recolha e coleção de porcelana por parte das mulheres e sua função psicológica, emancipatória e social. O projeto tem como objetivo ressignificar encontros de mesas de café, utilizando métodos e materiais ecologicamente sensíveis na construção de circuitos para refletir sobre histórias coloniais e dinâmicas de poder. Os artistas incorporaram o dourado brilhante encontrado em porcelana como parte de uma instalação eletrónica interativa. Ao beber café, são desencadeados diferentes sons. A performance procura estabelecer amizades, partilhar segredos e revindicar o poder.
Os artistas realizam duas performances no dia 29 de outubro [11:30 e 17:00].
Colocando a cerâmica num patamar artístico e decorativo, a instalação Pixel color aposta nas cores e brilhos da coleção Urban Atelier para criar um efeito visual cativante e uma exibição dinâmica de gradação de cores.
Para isso, conta com uma tela cromática composta por centenas de peças de diversas cores, criteriosamente selecionadas, permitindo criar um padrão dinâmico e visualmente apelativo.
Performare_Aveiro é um projeto transdisciplinar, que a partir da prática da cerâmica investiga, aprofunda, aproxima e coloca em relação áreas como a arte têxtil, a escultura e a performance arte com o objetivo de encontrar o espaço público e inquietar o espaço social através da criação de uma instalação escultórica.
Sob metodologia site-specific a escultora Patrícia Oliveira desenvolverá, durante três semanas, com um grupo de habitantes de Aveiro uma intervenção para um espaço público, tomando o património local [as tricanas, o vestir, os xailes] como ponto de partida para a investigação prática que já iniciou em 2021, aquando da primeira participação na Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro.
